Estourou a polémica sobre os prémios no turismo com a declaração de Elidérico Viegas, agora ex-presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), em que os classifica como “prémios comprados”. No distrito vizinho Ricardo Rio está debaixo de fogo. Por Viana do Castelo, uma cidade com distinções acumuladas durante os últimos anos, nada se ouve, escuta ou lê.
Esta situação fez-me pensar na candidatura Cidade Europeia do Desporto e de quem a promove. Este reconhecimento é atribuído pela ACES Europe, uma associação sem fins lucrativos localizada em Bruxelas, que promove anualmente o reconhecimento da capital mundial, europeia, regional, cidade, ilha, comunidade de desporto. Tanta distinção fez-me recordar outras cidades do desporto que Portugal já teve. Não deve ser por acaso que a ACES já tem uma representação em Portugal. A necessidade nacional neste tipo de validações exteriores leva a que os mais astutos procurem na vaidade autárquica um filão económico a explorar.
A ACES Portugal já nem coloca interessados a competir entre si, aceitando apenas uma candidatura por ano. Viana vai na segunda tentativa. Em 2022 perdeu a corrida para Leiria. Se a Viana não for atribuída a distinção, algo de muito errado terá se passado.
Por isso, mais do que a distinção ou o selo de “Cidade Europeia do Desporto 2023”, importa definir uma estratégia para o desenvolvimento do desporto no concelho que vá além de um carimbo dado por uma associação de Bruxelas. Não é para isso que se criou um conselho municipal?
Se é para ser capital/cidade de alguma coisa, que seja com o selo da União Europeia e que reconhecidamente acrescente algo ao desenvolvimento da cidade, concelho e distrito, como por exemplo: Capital Europeia da Cultura. Mas sobre isso, nada se ouve, escuta ou lê.