Ao Clube de Futebol Nogueirense devo a minha breve carreira no mundo do futsal. Durante uns anos dei uns pontapés na bola e até ganhei uns títulos. Mas, o mais importante desses anos foram dois homens que estiveram lá do primeiro ao último passe.
Feitos de uma fibra que tende a desaparecer, estes dois senhores dedicaram anos da sua vida em prol de dúzias de rapazes com mais ou menos jeito para o futsal, ajudando-os de forma desinteressada em festejar golos.
Do transporte para treinos e jogos, a encher garrafas de água ou tratar de equipamentos, fazer sanduíches ou pagar um lanche numa viagem mais longa, foram muitos quilómetros partilhados em que nós fazíamos o que mais gostávamos, graças a eles.
Hoje, o desporto está parado em Portugal. Vê-se uma luz ao fundo do túnel. Quando regressar colocam-se duas opções. Ou as associações e clubes que se dizem amadores conseguem fazer regressar este tipo de dirigentes ou estão condenados a assumir, de uma vez por todas, o seu novo papel de empresas desportivas, na lógica do utilizador-pagador.